sábado, 15 de março de 2014

Doces no fundo


   Posso ser uma pessoa reservada, mas quando estou a observar, o que me chama atenção não são os prédios acima ou o vestido novo de uma moça que está andando, apaixonada, de mãos dadas com um jovem que tropeça por falta de atenção, pois toda sua atenção está focada nela. Eu prefiro deixar o casal feliz sozinho e olhar as coisas lindas que acontecem ao redor, um raio de sol que ilumina ali, uma árvore diferente aqui, de repente uma borboleta que vem flutuando e me pega de surpresa. Olha, as cores da natureza, que brilham e nos cativam.


   Hoje refleti nas frutas, como são doces. Eu queria, como desejo, ser doce com as pessoas da mesma forma. Quando cortei uma manga, vi que por dentro estava madura, laranja, tão saborosa, uma delícia, perto do caroço. Porém, se aproximando à casca, ela ficava branca-amarelada, mais dura e perdia um pouco do gosto. Interessante, ela amadurece de dentro pra fora. Mas, me pergunto, nós somos assim?

   Por dentro, perto do nosso coração somos doces, tão lindinhos, românticos, sonhadores, no fundo do abismo somos, na verdade, eternamente apaixonados. O problema é que acreditamos que precisamos nos esconder, guardar aquilo de bom que somos e ter uma armadura, uma casca amarga.

   Todos nós precisamos descobrir quem somos. Me diga, você é bonita? Qual a base da sua resposta, por quê acredita isso? Talvez sou brega, mas olhando a manga e o que tenho aprendido ao passar dos meus poucos anos, acredito que a beleza começa por dentro, perto do seu "caroço". É o primeiro lugar que deveria 'amadurecer'. O caráter, a personalidade, os sentimentos, o espírito vem antes da aparência.

   Agora, o desafio é conseguir olhar no espelho e ver o que seus amigos veem, você linda, e não a imagem distorcida, insegura, que muitas pessoas cegamente veem (sim, homens também passam por isso). Deixa a doçura alegrar seus pensamentos, seu modo de agir, como trata as pessoas, demonstre o verdadeiro "EU" que está trancado e gritando pra ser liberto. O Pai ama ver a alegria dos seus filhos, quem é pai ou já foi algum papel parecido entende. Uma gentileza nunca foi demais, um sorriso pode ministrar uma vida, um abraço pode ser o melhor presente do mundo.

"Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales. 
Qual o lírio entre os espinhos, tal é meu amor entre as filhas.
Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os filhos; desejo muito a sua sombra, e debaixo dela me assento; e o seu fruto é doce ao meu paladar.
Levou-me à casa do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor.
Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor.
A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace.
Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira.
Esta é a voz do meu amado; ei-lo aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.
O meu amado é semelhante ao gamo, ou ao filho do veado; eis que está detrás da nossa parede, olhando pelas janelas, espreitando pelas grades.
O meu amado fala e me diz: Levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem.
Porque eis que passou o inverno; a chuva cessou, e se foi;
Aparecem as flores na terra, o tempo de cantar chega, e a voz da rola ouve-se em nossa terra.
A figueira já deu os seus figos verdes, e as vides em flor exalam o seu aroma; levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem.
Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face graciosa.
Apanhai-nos as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor.
O meu amado é meu, e eu sou dele; ele apascenta o seu rebanho entre os lírios.
Até que refresque o dia, e fujam as sombras, volta, amado meu; faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos veados sobre os montes de Beter." 
Cânticos 2:1-17

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